Para entender (e gostar) de xadrez - parte 3 - controle de tempo

Na parte 2, descrevemos os elementos básicos de jogo.

A postagem atual é sobre o controle de tempo no xadrez.

O controle de tempo é feito por relógios de xadrez.

Até quase o final do século XIX, não havia relógios de xadrez e eram utilizadas até ampulhetas para medir o tempo das partidas - um método pouco prático de controlar o tempo de jogo.

O primeiro relógio analógico/mecânico foi produzido Thomas Bright Wilson e utilizado pela primeira vez no Torneio de Londres, em 1883.

Como funciona esse relógio?


                                             foto: site "Xadrez Gaúcho"

Um relógio de xadrez analógico, o mais utilizado em torneios de xadrez: simples e funcional.

A foto acima tem a foto de um relógio analógico.

São 2 relógios em uma única caixa para controlar o tempo de cada jogador individualmente.
Notem que na parte de cima da caixa há dois pinos de metal.
Na foto, ele estão pareados, portanto, os relógios estão parado para ambos os lados.

Após fazer o lance, o enxadrista deve acionar o pino até o final para baixo e automaticamente o pino do lado do adversário levantará.
Dessa forma, o relógio que marca o seu tempo parará de funcionar e apenas o do adversário irá funcionar.
Um funcionamento simples e prático.

Notem ainda que os ponteiros do relógio, de minutos, estão marcando 50 minutos, ou seja, cada jogador terá 10 minutos para pensar em toda a partida, até o relógio fazer "subir a seta" (aquela haste vermelha perto do número 12), que é o controle para saber que a partida entrou nos 2 últimos minutos de jogo.

Para regular esse relógio, há ajustadores, como de qualquer despertador, que permitem colocar qualquer quantidade de tempo.
Se a partida for de mais de uma hora, deve se ajustar também o ponteiro de horas de ambos os relógios para o mesmo horário, por exemplo, 1h45.
Nesse caso, se a partida for de duração total para cada jogador de 1h e 15 minutos, o final da partida será quando o relógio de um dos lados apontar primeiro 3h.

Muito simples!

Há também o relógio digital.
                                                           Foto: Clube de Xadrez Online

Relógio Digital: ainda mais preciso que o analógico e com mais possibilidades de jogo.

Nesse relógio, o princípio é o mesmo já descrito no analógico.

A diferença principal é que além de mais preciso, ele possui a função de acrescer tempo a cada lance executado. Essa funcionalidade no xadrez é chamado de " tempo com incremento".
Ou seja: se você leva 5 segundos para fazer um lance e o "incremento" é de 10 segundos, você verá o seu tempo original aumentado em mais 5 segundos.
É também conhecido como "Fischer Clock", pois foi patenteado pelo ex-campeão mundial Robert James Fischer, ou Bobby Fischer.
Na maioria dos relógios digitais, há também uma espécie de campainha que geralmente avisa quando o jogo está nos últímos 10 segundos.

Para entender (e gostar) de xadrez - parte 2 - Elementos do jogo

Na primeira parte, vimos que o xadrez é um esporte e que tem uma Olimpíada própria, disputada a cada 2 anos.

A segunda parte será sobre os elementos básicos de jogo.

O primeiro elemento é o tabuleiro.

                                             Foto: Xadrez Total (www.xadreztotal.com.br)

Tabuleiro de xadrez: o mesmo usado no jogo de damas. Esse exemplar é produzido por Dirk van Riemsdijk. http://www.xadreztotal.com.br/dirk/

O tabuleiro tem 64 casas, pretas e brancas (ou escuras e claras).

Sobre as peças, são 32, 2 exércitos com 16 para cada enxadrista (que é o nome dado ao praticante do xadrez) e são 6 elementos básicos: 

Peões (8 para cada lado)
Cavalos (2 para cada lado)
Bispos (2 para cada lado)
Torres (2 para cada lado)
Dama (1 para cada lado)
Rei (1 para cada lado).

                                                                                    Foto: Xadrez Total

Um jogo de peças completo "Amazônia", tipo Staunton (tamanho padrão oficial da FIDE - Federação Internacional de Xadrez), também produzido por Dirk van Riemsdijk.

                                                                        Foto: Xadrez Total

Posição inicial de uma partida de xadrez: todas as peças posicionadas de maneira igual e simétrica, em cada ponta do tabuleiro. 

Para entender os movimentos desse jogo, há diversos tutoriais na internet.
Selecionei um do blog "Xadrez de Cada Dia": http://xadrezdecadadia.blogspot.com.br/2008/05/o-movimento-das-peas.html
Outro é o do site "Xadrez Total": http://www.xadreztotal.com.br/aprenda-a-jogar-xadrez/

Há também livros que ensinam desde o movimentos das peças até o nível médio de jogo, de forma didática, como o "Xadrez Básico" - que como muitos dizem, de básico, se lido até o final, só tem o nome; é um excelente livro para se iniciar no xadrez.

Aliás, xadrez é um dos esportes com maior número de publicações, de periódicos (jornais e revistas) até livros, para todos os níveis de enxadristas.

Além disso, provavelmente é dos poucos que pode ser reproduzido perfeitamente, pois existe como anotar uma partida e analisar a partida em qualquer lugar, com um jogo de peças e tabuleiro e também ver partidas de outros jogadores, incluindo as partidas entre os melhores do mundo!

A parte 3 será sobre o controle de tempo de jogo.

Para entender (e gostar) de xadrez - parte 1 - xadrez é um esporte!

Muitas pessoas, ao dizer que tenho um blog e após terem a curiosidade de ler (sobretudo as que sabem mover peças ou simplesmente gostariam de entender um pouco sobre xadrez) me perguntam: "legal o blog, mas por que não postar algumas coisas para quem não sabe nada sobre xadrez?".

Após pensar sobre o assunto, resolvi iniciar uma pequena série de postagens para se entender os aspectos básicos do jogo.

Primeiramente, xadrez é um esporte!

Muitas pessoas entendem ser apenas um jogo e essa é a primeira descoberta a se fazer: xadrez é um esporte reconhecido pelo COI - Comitê Olímpico Internacional.

A pergunta frequente é a seguinte: "mas se é considerado como esporte pelo COI, por que não participa das Olimpíadas, como vários outros esportes, de 4 em 4 anos"?

A resposta: o xadrez já possui uma Olimpíada própria, que ocorre a cada 2 anos e abrange todos os países que desejam disputá-la (um "ciclo olímpico" seria além de mais longo, excludente, pois reuniria apenas a elite desse esporte, talvez apenas 32 países, como a Copa do Mundo de futebol).

Assim, pode se assistir a uma disputa de países "top", como a Rússia, jogar contra uma equipe sem tradição, como a Namíbia - e isso apenas enriquece a modalidade, não a deprecia. Prova disso é que a Olimpíada de xadrez é a grande festa desse esporte.

                                              Foto: Galeria de Xadrez

Nessa foto, vemos 2 equipes de xadrez na disputa, em formato parecido com a Olimpíada de Xadrez - Campeonato Interequipes da Liga de Xadrez 2013.

 

A próxima postagem será sobre os elementos básicos e essenciais do xadrez.

VIII Campeonato Interequipes - Liga de Xadrez - 2013

Aconteceu no último dia 19, sábado, no Clube Monte Líbano, o VIII Campeonato Interequipes da Liga de Xadrez, com a vitória "Abdalla Team", composto pelo trio Mestre FIDE (MF) Luiz Guilherme Abdalla, Francisco de Medeiros Jr. e Allan Hurba Nunes; e participação de 41 equipes.

A APCEF-SP levou 3 equipes:

APCEF-SP 1 - Jorge Sopko - Marcos Correia  - Cássio Sá de Miranda - 30º lugar - 4 pontos
APCEF-SP 2 - Wilton Yokomizo - Sergio Wasques - Danilo Wasques - 29º lugar - 4 pontos
APCEF-SP 3 - Dirk D. van Riemsdijk - Rodrigo Mendes  - Heron Vitor - 16º lugar - 6 pontos

O enxadrista com melhor desempenho das equipes APCEF's foi o Mestre Nacional Dirk Dagobert van Riemsdijk, com 4 pontos em 5 possíveis e o 7º lugar entre os 41 primeiros tabuleiros!

A melhor equipe entre as 3 foi a APCEF-SP 3, com 7 vitórias e um empate e 6 pontos conquistados.

Foi um bom torneio, bem organizado, embora tenha começado com um atraso razoável (1h) e ao contrário do folder, não havia local para estacionar o carro por R$ 5 - ou seja, o enxadrista chega ciente de que poderá estacionar o automóvel de maneira segura e ao chegar lá, é avisado de maneira """amistosa""" de que "a ordem é não deixar ninguém que é sócio entrar" (um outro enxadrista relatou que "enxadrista só entra a pé").
Ao pedir explicação aos responsáveis pelo torneio (como fez Marcos Correia, da equipe APCEF-SP), ouvimos respostas como "não houve tempo hábil para divulgar no site", "o clube estava cheio", enfim.
Esperamos que, como prometido, das próximas oportunidades haja melhor informação no site e folder.

De resto, foi uma disputa muito interessante, com jogadores fortes (alguns titulados, entre Mestres Internacionais e Mestres FIDE) de diversos lugares de São Paulo e até estrangeiro (o integrante da Nicarágua, MF William Alfaro).
Na APCEF-SP 1, destacamos o desempenho de Jorge Sopko, no tabuleiro 1, que conseguiu um bom empate com Anderson Silva Bezerra, bom enxadrista e que havia vencido Sopko em outras 2 oportunidades.
Na APCEF-SP 2, Sergio Wasques conseguiu 2,5 pontos e foi o melhor desempenho da equipe.
Na APCEF-SP 3, o já mencionado grande desempenho de Dirk.

                                     Foto: site "Galeria de Xadrez"

Equipe APCEF-SP 3 enfrenta MED USP - B

 

Fotos do II Torneio XEEC

Da esquerda para direita: Dirk, Guilherme, Arelari, Wilton, Vitor Heron e Renan.

                                       

Da esquerda para direita: Arelari, Laércio e o campeão Renan Oliveira.

                               

Daniel Arruda e Wilton Yokomizo, em partida pela primeira rodada.

Na premição: Arelari, mais ao fundo. Wilton Yokomizo e Dirk - equipe APCEF-SP

II Torneio de xadrez rápido do XEEC

Aconteceu ontem, 06, o II Torneio de xadrez rápido do XEEC, com a participação 11 enxadristas (quase todos guarulhenses) e após 5 rodadas o campeão foi Renan Oliveira, invicto e com 100% de aproveitamento.

Completando o pódio, Dirk van Riemsdijk com a 2ª colocação e Wilton Yokomizo na 3ª posição, com 4 pontos cada.

Com esses resultados, os editores do Xadrez Guarulhense terminaram em 1º e 3º!
Ao mesmo tempo, a equipe APCEF-SP ficou em 2º e 3º!

Foi um torneio bastante interessante, competitivo e que não poderia terminar sem uma curta sessão de xadrez à australiana, muito tradicional entre os enxadristas guarulhenses!

Foi bem rever também amigos de longa data, como o sr. Aristeu Neves e José Carlos Arelari.

A seguir, segue a classificação completa:

Classificação final do torneio:
1- Renan Oliveira = campeão ( premiado com troféu temático de xadrez )
2- Dirk Riemsdijk = vice-campeão ( premiado com medalha )
3- Wilton Yokomizo = 3º- lugar ( premiado com medalha )
4- Rodrigo Mendes
5- Heron Vitor = campeão da cat. sub-12 ( premiado com medalha)
6- Daniel Arruda
7- Tadeu Garcia
8- Laércio Correia
9- Aristeu Neves
10- José Aparecido
11- Guilherme Neves = 2º- lugar da cat. sub-12 ( premiado com medalha )

Fotos do Aberto do Brasil de Mogi das Cruzes - 2013 - postagem n° 200!

    O enxadrista guarulhense Rodrigo Machado Mendes

                  

Wilton Yokomizo, Marcos Correia Santos e Dirk van Riemsdijk, da equipe APCEF-SP de xadrez

O menino Vínícius Fonseca de Carvalho enfrentando Jorge Roberto Gonçalves

Izabelle Tamarozi e Dirk van Riemsdijk - luta de gerações

Klaus Seiji Gotz e Stella Becker Queiroz

                      

 Julio Cesa Fernandes de Souza e o GM Krikor Sevag Mekhitarian (campeão do torneio)

À direita, o bom enxadrista Matheus Mazim

 GM Everaldo Matsuura aguardando o adversário Lucas Koji Takeda

            A WIM Juliana Terao, a número 2 do Brasil

Aberto do Brasil de Mogi das Cruzes - 2013

Aconteceu do dia 26 a 29 de setembro o torneio "Aberto do Brasil de Mogi das Cruzes" no SESI Brás Cubas, organizado pelo CXMC (Clube de Xadrez de Mogi das Cruzes), com a participação de mais de 80 jogadores, dentre os quais, 19 titulados.

Destacamos a boa organização do evento, com rodadas ocorrendo pontualmente e com facilidades como almoço no próprio local, salgadinhos e café a vontade, além de um bom salão para os jogos - parabéns ao presidente Claudio Tamarozi e a equipe de arbitragem.

O vencedor após 7 rodadas foi o GM Krikor Sevag Mekhitarian, com 6 pontos - meio ponto a frente dos MI's Roberto Molina e Evandro Amorim Barbosa e do GM Everaldo Matsuura.

A APCEF-SP foi representada por 3 enxadristas: Mestre Nacional Dirk Dagobert van Riemsdijk, Marcos Correia dos Santos e Wilton Yokomizo.

Dirk terminou com 3,5 pontos, na 38ª colocação - mas poderia ter conseguido melhor resultado, considerando partidas como a jogada com o vice-campeão MI Roberto Molina, pois esteve firme o tempo todo, com o xadrez agressivo e ofensivo que é característico.

Marcos Correia Santos e Wilton Yokomizo terminaram empatados com 2 pontos, nas 73ª e 77ª posições respectivamente.

Acredito que para ambos o mais importante era fazer a formação do último bloco FIDE (caso do Marcos) e para mim ganhar mais experiência e bagagem para enfrentar torneios como esse: o qual em praticamente toda rodada haverá enfrentamento com jogadores bem preparados em teoria do xadrez e com ritmo de jogo, por disputarem muitos torneios durante o ano.

Além disso, se formos comparar com o tênis, esse torneio seria um equivalente aos "Masters Series 500", ou seja, um torneio de alto nível, somente superado pelo 1000 (que no xadrez são os vários torneios ao redor do mundo, geralmente fechados e com a escolha de enxadristas de altíssimo nível) e Grand Slam (que no xadrez tem seu equivalente em um torneio de mesmo nome e os já famosos Wiik aan Zee, Linares, Aeroflot e Ambers, geramente com a participação apenas dos melhores GM's).

E esses torneios todos estão acima do nível geralmente verificado em torneios escolares e torneios mais casuais, como de entidades e afins.

O enxadrista guarulhense Rodrigo Machado Mendes, há bastante tempo longe dos torneios FIDE, fez sua primeira aparição desse ano justamente nesse torneio de Mogi.
Terminou com 3 pontos, na 54ª colocação, o que é bastante considerável, sobretudo pelo grande tempo afastado das competições e ainda assim apresentando um xadrez sólido.

No próximo post, fotos do torneio.

Até mais!